É um facto que a informação é ubíqua, veloz, diversa e… muita! Também é um facto que a deriva existe e acontece muito na navegação informacional. Transmitir conhecimento a alunos não é método funcional, na escola atual. As interações professor-aluno, professor-professor, comunidade-escola pautam, hoje, a construção de conhecimento e esta, tal como professa a teoria construtivista, não é estática (nem estanque); está em permanente desenvolvimento e é fruto de uma complexa teia de relações entre o indivíduo e o meio. Neste contexto, surge o professor como um “content curator” - sistema (ou profissional) de gestão de conteúdos e de criação de metadados - e mediador de informação e comunicação, cargos já existentes há muito, sobretudo no meio empresarial, com uma mais-valia, a competência pedagógica. Defendo a criação de um serviço especializado nesta área, nas escolas. Panaceia ou ilusão: cada escola contar com, pelo menos, um especialista de ICP, chamemos-lhe assim: informação, comunicação e pedagogia? É necessário transmitir conhecimento? Certamente, algum, pelo menos: o conhecimento de busca e formas de pensar. Se apenas transmitimos conteúdos selecionados, quando e como é que os alunos vão saber pesquisar e pensar por si? Penso que as Bibliotecas Escolares/Centros de Recursos Educativos são um espaço privilegiado para desenvolver tais competências. É necessário ouvir os interlocutores, conhecer os meios onde o conhecimento se constrói, contribuir, com os alunos, para a sua atualização. Se os “digital natives” conhecem melhor os meandros onde se movimenta a informação, será que conseguem avaliá-la e selecioná-la e utilizá-la? a maneira rápida e espartilhada de raciocinar dos digital natives e fez-me recordar o que li algures sobre content curators: que não é a informação que é pouca; a atenção é que é breve. Se as pessoas se "perdem" no meio da informação e dedicam pouca atenção a muitos conteúdos, alguém as pode ajudar a concentrar-se, a manter o foco no que interessa. Além de indexar, agregar e comunicar informação, o professor do séc. XXI, em especial o professor bibliotecário, deve ensinar a pesquisar sim, mas mais que isso, eu penso que deve ensinar a pensar. Não é fácil; por certo, muitos de nós não foram ensinados assim; não têm o necessário treino. Mas é possível!
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